sexta-feira, 22 de maio de 2009

o brega que é bom

Pelo passeio público do Vila fui abordado por Telma, uma mulher que dizia ser poeta... No dia anterior tive uma aula meio insossa sobre literatura marginal. Telma que acabou me ensinando alguma coisa, me deu um papel, e disse pra eu abrir em casa. Perguntou se eu tinha cigarro, "não fumo", e não pediu mais nada... Disse que era um poema meio brega, "mas o brega que é bom né", rindo, e foi andando dizendo que foi com a minha cara. Claro que eu abri o tal papel no busú mesmo:

eu espero ser outra coisa a cada vez

que você olhar
para que você não veja isso que eu sou
eu espero ser um bem-te-vi
a cada vez que você me olhar...

Sabe, seria claramente lindo se você ficasse
na minha vida por um tempo.
eu gosto quando cava em mim esse buraco de carinho...
que só eu entendo.

Vai, me põe no teu colo
me diz que sou tua filha
e chora no meu seio os teus anos
Não,
espera um pouco.
Deixa eu me perder um pouco na tua casa
e chamar o teu nome...
vou pegar-te um copo d'água
E ficar com essa sensação de te ter em meu corpo

Depois dizem que perdemos nossa delicadeza...
Gostei muito! Abraço Telma!

2 comentários:

Anônimo disse...

Olha, estive pensando, vamos com calma...
neste lado da cidade ainda chove
e o concreto já cedeu;
não vamos ser assim desses de
tanto bate até que fura...

- Não, espera,
já se perdeu o quanto pôde
agora vem
senta no meu colo
põe o teu seio ao meu rosto
que eu vou chorar-te meus anos.
Toma,
é a tua bala de gengibre
pra me dar bons conselhos
Acomoda a tua cabeça sobre a minha
se cobre
acho que haverá chuva
pelo teu corpo
Assim está bom...
Me dá uma de tuas mãos pequenas
agora acho que vamos
chover

MeNina disse...

que poesia linda, linda, linda.