quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Gosto é igual a cu?

Tudo é muito bonito: Silvano Sales, Calypso e Jorge Benjor; Marlos Nobre, Bonde do Forró e Tom Jobim; Caetano, Paulo Lima e Parangolé; Ilê Fun-fun, Chico Buarque (R$ 180,00!) e Viola de Doze; Legião, Nelson Gonçalves e Povos Timbira; Nação Zumbi, Antônio Nóbrega e Engenheiros; Bonde do Tigrão, Raul Gil e Gil. Mas o fato é que nos perguntamos muito pouco sobre música. Somos dirigidos pelo romantismo que isenta a música de raciocínio através da sua subjetividade. Associamos sons organizados simplesmente às nossas mais puras e tenras emoções, seja lembrando de alguém ou alguma situação, seja expressando os mais profundos inexpressáveis da alma, seja amando a Xuxa ou chorando num show de Zezé de Camargo e Luciano, relaxando ao som de Mozart ou entrando em estado depressivo com Mahler. Aqui, uma idéia nos basta...
Ernst Widmer, um importante compositor suíço, naturalizado baiano, professor da Escola de Música da UFBA até o seu falecimento, na década de 80, tratava de maneira peculiar o ato da criação musical: compor música e educar configura uma redundância. Para Widmer, o compositor, pelo próprio ato de inventar música, é um educador. Primeiro, ensina a si mesmo (o artista cria a obra e esta cria o artista, numa lambada poética); depois à entidade artística que é a obra e à prática musical de uma época; e, finalmente, ao consumidor da obra, para usar termos contemporâneos e sem apegos emocionais (mecenato = indústria cultural?). Considerar essa redundância como uma possibilidade, desperta tópicos latentes nas nossas cabeças que fundamentariam uma palestra diária de nós para nós mesmos, ouvindo Patchanka ou György Ligeti: a) a importância do compositor (todo mundo conhece o vocalista da banda... mas “quem fez a música mesmo?”); b) a real importância da música e da educação musical para a sociedade – e para as transformações do indivíduo e do todo; e c) o que é mesmo o gosto musical? Esses são três de tantos outros que podem nos acometer. Mas, dentre tantos, de especial interesse para o compositor desse texto, nesse texto, vamos, brevemente, ao tópico ‘c’.
O que acontece quando se gosta de uma música qualquer? Se pensarmos a composição como um ato educacional, encaramos, naturalmente, a apreciação musical como um ato de aprendizado. E essa mudança de postura frente à audição de música nos abre novas possibilidades, dá um maior significado às emoções que consideramos inerentes à arte musical e, principalmente, nos leva ao poli-estilismo e ao ecletismo real e bem vindo (não aquele tão conhecido ecletismo sem-vergonha), pois acaba com a prisão banal que é o gosto-por-gostar – o que acaba desembocando numa monocultura musical, fatalmente ditada pela mídia de massa – e, efetivamente, quebra os preconceitos, afinal, toda música, desde os cantos de candomblé até os atabaques da música clássica-moderna – e Baiana - de Lindembergue Cardoso, tem algo para ensinar; basta, da nossa parte, querer aprender. E não falo de texto, poesia... falo da subjetividade dos sons. Isso explicaria, por exemplo, a relação, muitas vezes verdadeira, ‘insistência x gosto’ e a preocupação, por todas as vias, em todos os estilos e em todas as épocas, na construção de coerência do discurso sonoro-musical, por parte de compositores e intérpretes – vide Brahms, Tom Jobim e Parangolé.
Pensar sobre música não é retornar aos extremos vanguardistas da década de 60, mas reforçar as confusões e os paradoxos essenciais à música e seus significados emocionais individuais e coletivos, outrora tratados, quase que pejorativamente, como romantismos: precisamos tornar cada vez melhor o que nos faz bem, seja a criação de música, a sua audição ou os hábitos musicais da sociedade ou mesmo do seu condomínio (Porra! Deixem-me, em paz, estudar a minha trompa!). E música nos faz..

Paulo Rios Filho é compositor, estudante de composição da EMUS/UFBA, baterista e trompista.

domingo, 21 de outubro de 2007

Império dos Sonhos (INLAND EMPIRE)

O pulsante absurdo que nos invade enquanto testemunhamos o novo filme de David Lynch, “Império dos sonhos, nos leva a repensar os diversos tipos de reações que o cinema tem a capacidade de provocar. Se imagine lendo poemas de um mendigo esquizofrênico de trás pra frente, ao mesmo tempo em que pula de para quedas sem enxergar o chão.. Pensou?! Pois é...

Lynch é um velho escroto e genial, que insiste em dar imagens ao imprevisível mundo da subconsciência. Império dos Sonhos é um filme intrigante antes, durante e principalmente depois, nos envolve em um lento processo para pensá-lo, digeri-lo. É uma experiência travestida de cinema onde o desespero, dor e beleza nos entorpece sem piedade.

Durante a projeção ia bolando teorias, fazendo diversas ligações, buscando desconstruir o tal império, mas aí que vinha ele e me dava uma rasteira, e outra, e mais outra, e assim de tanto apanhar fui levado a achar que o tal velho cineasta tavasacaneando, tocando o “foda-se” pra tudo mundo sofrer, e que sua genialidade tinha atingido um estágio sádico da relação filme-espectador... O achei irresponsável e egoísta por me jogar num mundo incompreensível, que provavelmente nem ele talvez quisesse dar algum tipo de coesão. Fui aos poucos percebendo que não há no filme nenhum exercício de autoridade cinematográfica, muito pelo contrário, há sim um constante diálogo, nos questionando sempre: “Você quer ver?”, ao mesmo tempo que nos convida pra dançarmos como personagens nesse universo, que só faz sentido quando o aceitamos enquanto espaço de questionamento da realidade. Literalmente adentramos na deliciosa angústia que nos aproxima totalmente da protagonista (Laura Dern, fantástica!), no momento em que ela se entrega e compartilha conosco o mesmo desespero: “Eu não sei o que veio antes ou depois. Não consigo distinguir o ontem do amanhã e isso está fodendo com a minha cabeça.” Percebi uma conexão perturbadora com os delírios da personagem, e lado a lado fui me intrigando com seus caminhos, me entregando a libertinagem, à orgia das imagens (que Buñuel e Dali iriam invejar... As seqüências mais surreais da história do cinema recente) que iluminava e escurecia por completo a sala.

Depois da primeira hora de projeção dominada pelo silêncio, a sala entrou em um constante movimento, onde as pessoas falavam, soltavam risadas sem sentido em momentos bizarros, faziam caras e bocas, iam embora... meu incômodo inicial levou a notar o quanto filme se democratizava, dava a cara pra apanhar também, podendo ser mal interpretado, odiado, definido como pseudo-intelectual, porra-louca, assim como também louvado, apreciado, debatido, intensamente relevante.

Esse filme me expandiu, levitou, assustou, ativou um ponto do meu cérebro que se mantinha em coma.. Vida longa as “não-respostas”, a arte que ninguém pode ao certo definir! Aos pesadelos estranhos!

Cinema de interferência, libertação e expansão de idéias, seja ele simples ou Lynch!


por: ramon

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A inexplicável morte do "Sem-título"

-Tarde do por do sol de ontem pus-me a ajuizar e filosofar sobre minha verdadeira condição. Nasci, eu, bastardo e esquecido pela desvairada da minha mãe, que ao me trazer, deixou-me ali mesmo na lama pútrida, impedido de ver a claridade do sol da tarde. Com os olhos recheados de lama, tornei-me um cego sem nunca ter visto outra imagem a não ser o interior do corpo da velha, tão terrível e sujo, dominado pelas teias e ratos. Tão assustador era o ponto que brotei semanas antes. Quando me tomei conta de ser um indivíduo, tão horrenda criatura me descobri, de pele supurada e pegajosa, de boca sem dentes nunca nascidos e nariz tão repleto de proeminências, que me tornei recluso nesta caverna. Tanta saudade do ventre da velha, que vivo aqui neste espaço tão parecido sem nunca querer ter germinado. E então, porque não nasci eu são e digno de vida? Ora, pois culpo o autor que me escreve. E assim também, o agradeço por me consentir tal pensamento e não conter o meu desprezo. Porém, mesmo de tal modo, o odeio. Julgo-lhe desgraçado, insolente, arrogante, um insensível sádico. Uma besta, que desperdiçou palavras com escrito tão estúpido. Faltou-lhe imaginação para melhores estórias. Tão cruel...

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Inexplicavelmente, o personagem dessa estória se matou.

(Lembrar: Nunca mais darei tanta liberdade aos meus personagens como dei a este).

Por: Gigito

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A leveza de ser encantado...

foto: Joana Rizério

Resolvi escrever só hoje sobre as crianças, provavelmente querendo contrariar o calendário dos comerciais da tv, que insistem em dizer que existe um dia pra elas. O tempo é mesmo estranho, até momentos atrás eu chorava pra ganhar um presente, lutando contraditoriamente contra uma adolescência peluda, e hoje me vejo bobo admirando a eficiência das risadas, pulos e tropeços infantis. Logo vem a busca nostálgica por lembrar dessa nossa época, de buscar resquícios que vão além das fotografias e vídeos caseiros... De lembrar nosso jeito de se olhar no espelho, se imaginar em grandes campos entre dribles e xingados futebolísticos, de realmente acreditar em viagens mirabolantes para a China, sem barreiras, sem muros pra criar mundos.
Uma amiga falou que queria marcar um encontro com ela criança, só pra ver como ela falava, ria, pensava.. Creio que há literalmente possibilidade de nos aproximarmos desse encontro impossível, principalmente no nosso modo de tratar essas crianças hoje. O que há é uma miniaturização do nosso modo adulto de vida, assim os tais brinquedos infantis simulam uma família de plástico para as meninas, uma corrida de carros para os meninos, impondo todo um cotidiano às crianças apenas de uma maneira mais lúdica e colorida. Todo potencial imaginativo é reduzidos a jogos, celulares, esmaltes e sei lá mais o que eles vendem como brinquedo infantil. Enquanto isso muitas carregam armas verdadeiras pra tentar sobreviver, choram e não são ouvidas, são largadas pelos sinais urbanos, mirabolando modos de nos sensibilizar... Elas estão por aí e dizem tudo sobre o mundo que temos e construímos.
Temos que reinventar nosso olhar e ação sobre elas sem impor ou limitar espaços, deixando-as livres para compor vida e fazer-se admiráveis. Pensemos nelas não só por serem pequenas e bonitinhas, mas por serem nosso modo de se encontrar e se eternizar... sempre...

Para Matheusinho, Maristela, e o guri do primeiro andar (que me lembram o sentido das coisas)

Por: Ramon

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Santiago: um comentário



Santiago é um daqueles filmes que dificilmente se esgotaria em uma análise, quem dirá, em uma síntese: há muitas margens; beira muitos espaços de saber; inunda sentimentos dos mais arrebatadores.

Trata-se de uma obra extraordinária, no sentido literal da palavra: está além da ordem dos documentários comumente produzidos que já tive oportunidade de assistir. O motivo, ou melhor, os motivos: em primeiro lugar, há muito mais perguntas do que respostas suscitadas pelo filme, é um turbilhão de questões complexas; em segundo, é um inusitado e corajoso esforço em se pensar forma e conteúdo de uma obra.

Reúno aqui as duas ordens de motivos e questiono: trata-se de uma história de vida ou seria um percurso etnográfico sobre os mundos do espetacular Santiago? Trata-se de uma crítica contundente e sensível à rigidez das normas e das posições ou seria um desabafo “desesperado”, mas glorioso, diante de tanta matéria bruta sobre uma vida tão fina?

Não tenho respostas claras ou definitivas, tenho uma intimação: há que assistir. O filme é uma questão existencial. Qualquer existência merece um olhar sobre a existência de Santiago: vida que muda vidas, como uma poesia que faltava.

Por fim, à parte motivações pessoais, não poderia deixar de louvar o idealizador da obra ou os idealizadores, não gostaria de cometer injustiças. Alguém haveria de imortalizar uma figura como Santiago, até então, anônima, silenciosa. Alguém haveria de revelar este homem: sua vida nobre e humilde, como convém aos verdadeiros gênios.

Ana Clara Rebouças

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Metrô: Mais uma novela de sucesso


- Mamãe!Mamãe! Quando vou andar de metrô?
- Ô meu fio..vc vai ter que crescer e trabalhar aí para ver se esse negócio anda!
Essas e outras frases trafegam pelos nossos coletivos quando passamos por um trecho inacabado da obra soteropolitana. Lembro-me de quando iniciaram as obras do metrô em que os soteropolitanos o viam como a solução para os problemas de transporte na cidade; alguns chegaram até ir a Lapa para presenciarem as primeiras explosões do túnel do metrô. E esses foram os primeiros capítulos da novela do Metrô.
Nos capítulos seguintes, como era de se esperar, uma reviravolta deixa todos os telespectadores atônitos ao descobrirem os verdadeiros protagonistas da novela: Enganavam-se aqueles que pensaram que os protagonistas eram o metro e os soteropolitanos. Esses na realidade são meros coadjuvantes e os verdadeiros protagonistas são os políticos baianos que, em tempos eleitorais, discutem a autoria da obra e se acusam por atrasá-la.
Conhecendo os personagens, eis o momento de entendermos o enredo da trama: Qualquer metrópole com mais de 2 milhões de habitantes tem um sistema de transporte coletivo de massa eficiente como o metrô. Salvador não. Eis que chegam nossos políticos extraordinários e conseguem finalmente viabilizar o projeto para a capital baiana. Como os protagonistas da trama não são os usuários, o último capítulo – a inauguração do metrô – está longe de chegar.
Picos de audiência são alcançados pela trama do trem, veloz como uma rede de Caymmi, quando sucessivos escândalos revelam a realidade desse projeto. Os quilômetros da inauguração são reduzidos, os custos revelam-se astronômicos e planejamentos incorretos fazem com que passarelas sejam refeitas. A falta de verba e de eleição faz com que os governos joguem a responsabilidade uns contra os outros paralisando a obra e conseqüentemente a audiência abaixa e aquele enorme caminho que vai da Lapa até a rótula do abacaxi torna-se paisagem.
Mas estou animado!!! As eleições municipais vem aí...a novela do trem deverá ganhar um upgrade e os protagonistas retornarão as telas e assumirão seus postos.
O que fica no ar é: Como um metrô nanico e ao ar livre pode ser chamado ainda de metrô? Aliás como a novela não ta em evidência acho que muitos já se esqueceram que existem um metrô em andamento..vc se lembra?
por: Moisés Silva

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

meusOlhosNumDomingo

Eu preferia não cantar tristezas nesta noite de domingo
Tampouco falar de vazios interiores, lembranças cortantes
Não... definitivamente não queria
Mas há um firmamento em trajes negros
Cobrindo a cidade e cuspindo verdades inflamáveis
Um vento que espalha solidão pelas ruas e toca as feridas
É impossível não sentir, fechar os poros e passar intactos
E então, afetada fui, afetada estou faz tempos
As dores me comem pela beirada, cruamente numa ira sem fim
Eu me sinto partes, numa incompletude significativa
Talvez o desejo de lacerar seja supremo agora, ontem
Mas o abismo é pouco pro espaço que há aqui
Melhor seria o horizonte em colher farta
Isso sim... um rio de possibilidades
De luzes atraentes e histórias recheadas de vida
Muita vida para minhas depressões
E cortes?
Cicatrizantes eternos, ou não tão eternos assim
Apenas dormentes, aos olhos, ao coração
E agora é hora de dormir
de esconder dos pensamentos os desejos vãos
de mostrar ao coração os planos em verde musgo
de repousar o corpo e poupa-lo desta alma fervilhante.


por: Tai - http://otdaquestao.blogspot.com/



sábado, 6 de outubro de 2007

A incansável busca por Vontade

Nosso sufocante cotidiano de metrópole globalizada as vezes beira o insuportável... Salvador, com suas ruas vomitando gente pelos becos, passarelas, esquinas sujas, gritando, vendendo, pedindo, andando, colidindo-se como formigas na busca de uma sobrevivência angustiante. Como Milton Santos elucida, é nesse espaço desordenado que se revelam nossas grandes contradições, e está aí a chance de repensarmos nosso papel enquanto habitantes soteropolitanos.
Muita coisa embaralhava minha cabeça enquanto lia um texto de um outro velho intelectual, que romanticamente relembrava os tempos áureos de nossa província. Aquela nostalgia hippie que descrevia ruas mais belas, a juventude mais engajada, uma produção cultural efervescente, me fez sentir um pessimismo inquietante, e como um moribundo largado em meio aos ratos (literalmente a Estação da Lapa não me deixa mentir). Todo esse delírio por um passado que não vivi me fez instantaneamente filosofar: moramos aqui, mas afinal Vivemos essa cidade? O que ela tem a oferecer pra uma juventude que cresceu cambaleante entre rebolados axé-carlaperianos?! A quais espaços de luta podemos recorrer? Quais lugares freqüentamos e patrocinamos? Aquela menor parcela que tem acesso a comida, educação, etc, a tal juventude classe média, lota os shoppings, os shows do Chiclete, as salas de cinema para ver o Homem Aranha 3, pulam nos carnavais “arrêa-arrêa”, engolindo tudo isso com hambúrguer e uma coca-cola num posto de gasolina qualquer... Mas como exigir mais desses jovens?! Convivemos num sistema que não respeita nem conduz a reflexão, que não valoriza a cultura popular, que não se interessa em garantir noções sobre memória e muito menos nossas responsabilidades enquanto sujeitos históricos. Tudo isso é descartado por não ser facilmente consumível... Debater tais questões se torna tarefa árdua frente a essa dose anestésica da mídia que nos infesta todos os dias, afetando nossa idéia de coletividade, nos carregando de individualismo acomodado e gorduroso. Sim... é isso, mas o que realmente pode ser feito?!
Concordo com Belchior quando ele canta que a voz ativa é uma boa, acredito que a disseminação e discussão de idéias têm um poder transformador, e que a partir da profundidade destas podem ser efetivadas ações relevantes na educação, no meio ambiente, nas artes... Não podemos reduzir nosso poder de mudança só quando há o aumento da tarifa do busú... Há muito mais a ser feito! Temos que nos atentar ao uso de toda essa tecnologia na qual dispomos hoje em favor das múltiplas alternativas de informação e comunicação, essa maior facilidade na circulação dessas idéias, usando as ferramentas criadas pelo sistema para sua auto-subversão.
Há muito tempo Gramsci já dizia: “sou pessimista com a inteligência, mas otimista com a vontade”, creio nessa busca constante em aliar tais sentimentos, para construirmos muito além do que essa conformação ideológica nos impõe, revolucionando a nós mesmos nas pequenas ações diárias sem esquecer as lutas sociais conjuntas. Podemos assim buscar essa outra globalização que o já citado Milton Santos propôs, deixando de sobreviver se arrastando em nossos espaços, para realmente vivê-los.

por: ramon