quinta-feira, 13 de junho de 2013

Celebrando a falência

Ano que vem, quando a copa chegar, quando todos estivermos nos estádios e na frente das TV's de 42 polegadas, presenciaremos um dos maiores espetáculos da história brasileira recente. O trágico espetáculo da reafirmação da lógica que nos acostumamos a aceitar: o imenso lucro de poucos sob prejuízo de muitos. Quando essa história segregação se repetir e Galvão Bueno narrar “gol !” – pra qualquer que seja a seleção em campo – será o grito silenciador de todas as remoções, desapropriações e demolições feitas à força nas cidades que sediarão o evento. As bandeiras flamejando no alto, as discussões sobre as escalações e melhores momentos dos jogos, tudo enfeitando esse processo de esquecimento. E se no fim, numa tarde quente de domingo, a seleção brasileira levantar o troféu do título e o país inteiro comemorar vibrando nas ruas, chorando, bebendo e cantando o hino, encontraremos aí, de modo épico, as nossas contradições primordiais.


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