E embora não houvesse crianças brincando, nem pombas, nem telhados azuis, senti que o povoado vivia. E que se eu escutava somente o silêncio era porque ainda não estava acostumado ao silêncio; talvez porque minha cabeça viesse cheia de ruídos e de vozes. De vozes, sim. E aqui, onde o ar era escasso, ouvia-se melhor essas vozes. Ficavam dentro da gente, pesadas. Recordei o que minha mãe me dissera: "Lá, você me ouvirá melhor. Estarei mais perto de você. Você irá sentir mais perto a minha voz de minhas lembranças do que a da minha morte, se é que algum dia a morte teve voz". Minha mãe... a viva.
Pedro Páramo, Juan Rulfo
4 comentários:
acabei de ler.
enlouquecida.
Nego...sinto falta do contato com a Chapada diamantina...qdo eu for, gostaria de dividir essa experiência com alguns amigos...vamos pensar nessa proposta?!
Bj
Bruno Guimarães
26 de dez.!
viva Rulfo!!!
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