Minha pouca experiência como professor me disse muito sobre o mundo, principalmente sobre as pessoas, e de como mais ou menos as coisas andam como andam... capengas. Grandes revelações a parte, quando sentei na poltrona do cinema pra ver “Entre os muros da escola”, fui muito mais como cinéfilo do que como um Professor em busca de um acalento cinematográfico para meus dilemas educacionais. A questão é que tais filmes “escola” (que já é quase um estilo cinematográfico) atendem justamente a esse anseio de espectadores de licenciatura ou pedagogia... Grandes professores que entram em uma turma problemática e desenvolvem um método psico-pedagógico exemplar, transformando aquela realidade inóspita. Nada contra, porém quando Laurent Cantet optou por fazer um filme que versa com o documentário e que restringe sua ação apenas pra escola, como o título esclarece, esse Cinema ganha muito mais poder e textura. Não estamos como meros espectadores assistindo um grande Exemplo a ser seguido, estamos dialogando, e talvez seja justamente essa comunicação que tenha me aproximado tanto. Acima de tudo o filme me tocou quando me lembrou o que é ser estudante colegial. O que mais fazia no meu ensino médio era reclamar, porque achar um canto no mundo dá trabalho, e se achar com uma educação que não exige isso é pior ainda... Ixi, e olha que eu já estou começando a reclamar que nem professor. Enfim, o filme consegue focar a educação pública na França, com todas as suas especificidades multiculturais, ao mesmo tempo que torna essa discussão abrangente pra qualquer lugar que for visto. Só pra citar outro exemplo poderoso pro debate cinema-educação, temos o excelente documentário nacional "Pro dia nascer feliz".
Dá trabalho mover o mundo prum lado melhor, e essa utópica e maravilhosa pretensão só poderá seguir quando acharmos gente e ferramentas como cinema e educação pra empurrar... eita que dói as costas!
Um comentário:
Meu professor preferido... =P
Gostei mto do texto e das observações q vc fez.
Realmente esse filme foge aos padrões.Trás o cotidiano da escola, sem mtas "revoluções educacionais". E justamente por isso se torna tão marcante e próximo da gente, que como vc msm comentou, dialoga e pode ser encaixado em diversas realidades, inclusive a nossa..
Massa, massa..bjos lindo! =)
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