quinta-feira, 15 de maio de 2008
Cão sem dono
"Um embrião cansado invade a escuridão da caverna procurando uma saída...
escuto o eco rebatido nas paredes da carne, refletindo no olho
O desespero da solidão
A preguiça é o sono dos mortos
Minha euforia necessita de calma,
e minha calma, de euforia
Que se foda o resto do resto da sobra do que resta
O restante é o que eu quero
O amor do instante é o instante em que estamos perto da batida perfeita
Os olhos são o início do real
Meu cigarro tem um tempo de vida
Minha vida necessita de um cigarro
O que fazer? O que comer?
Será que minha mão ta certa?
Definitivamente não
Preciso de uma coração que bata descompassado
sem ritmo, sem melodia
Não quero a batida perfeita quero o descompasso
Me dê uma pista, uma lágrima, mas me dê algo."
Ciro, "Cão sem dono" - Beto Brant e Renato Ciasca (2007)
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2 comentários:
Ramon, gostaria de dizer que seu âmbito literário é sublime, tem um tom sutil mas que agride com beleza literária e simplicidade, gostei muito daqui e voltarei mais vezes.
Muito bom tudo isso e continue assim!
www.bonequinhodeluxo.com
www.incensurados.blogspot.com
Cristiano Contreiras
abraço!
pelo que entendi, essas palavras são a fala da personagem "ciro" no filme "cão sem dono", correto?? humm... se for ou não for, valeu a sensibilidade do poema. (acho pouco provável que a poesia seja de autoria do sub, pois a parte do cigarro... ou então pode ser a tal da liberdade poética...)
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