A casa sem fim
Havia uma casa silenciosa no fim da rua
Havia um amarelo anêmico que impregnava suas paredes
Uma sublime poeira pontuando cada canto
Um rol de folhas secas, com um banco marrom sem perna
Uma solidão acompanhada de rachaduras
Fechaduras enferrujadas
Móveis tortos e largados
Sem entradas ou saídas
Ela está lá,
Quieta e baldia nesse mundo engraçado
Calculadamente explicado
Essa casa eternizada, enquadrada na janela de um quarto do outro lado da rua
Estará sempre nos olhos do velho moribundo que a teve como última visão
“fuga(z)”
se rasgou sozinha,
bailou pelo ar
com seus pedaços
separados...
fugiu dos riscos
das idéias humanas
quis voltar a sentir
o ar, a
ninguém reparou
ou quis reparar...
a brisa acabou
e botou fim ao momento
quase sublime...
passou um gari
afim de colocar ordem
e assim foi pro lixo
onde se riscou, sujou
e assim... se encheu de nós
por:ramon
Um comentário:
Adorei, Monzito! Os detalhes da casa são excelentes. Consegui construir parte por parte. Perfeito! E quanto ao papel, coitado, não há como escapar de nós. Ele se enche de nós por bem ou por mal - o segundo caso ocorre fatalmente. Pra quem prefere a prosa você é um ótimo poeta! Meu (quase) historiador preferido! ^^
Tá muito sumido, mas ainda assim é o preferido!
Beeeijos!
Postar um comentário