sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Santiago: um comentário
Santiago é um daqueles filmes que dificilmente se esgotaria em uma análise, quem dirá, em uma síntese: há muitas margens; beira muitos espaços de saber; inunda sentimentos dos mais arrebatadores.
Trata-se de uma obra extraordinária, no sentido literal da palavra: está além da ordem dos documentários comumente produzidos que já tive oportunidade de assistir. O motivo, ou melhor, os motivos: em primeiro lugar, há muito mais perguntas do que respostas suscitadas pelo filme, é um turbilhão de questões complexas; em segundo, é um inusitado e corajoso esforço em se pensar forma e conteúdo de uma obra.
Reúno aqui as duas ordens de motivos e questiono: trata-se de uma história de vida ou seria um percurso etnográfico sobre os mundos do espetacular Santiago? Trata-se de uma crítica contundente e sensível à rigidez das normas e das posições ou seria um desabafo “desesperado”, mas glorioso, diante de tanta matéria bruta sobre uma vida tão fina?
Não tenho respostas claras ou definitivas, tenho uma intimação: há que assistir. O filme é uma questão existencial. Qualquer existência merece um olhar sobre a existência de Santiago: vida que muda vidas, como uma poesia que faltava.
Por fim, à parte motivações pessoais, não poderia deixar de louvar o idealizador da obra ou os idealizadores, não gostaria de cometer injustiças. Alguém haveria de imortalizar uma figura como Santiago, até então, anônima, silenciosa. Alguém haveria de revelar este homem: sua vida nobre e humilde, como convém aos verdadeiros gênios.
Ana Clara Rebouças
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2 comentários:
Muito legal estar por aqui!
Ramon, adorei o texto que voce escreveu alguns posts atrás. adorei o seu blog, alias, estou adorando as descobertas a seu respeito. beijos!
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